segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mahayana

MAHAYANA



O formalismo de algumas linhas Theravada, e a tendência lamentavelmente humana em se prender aos aspectos rígidos e/ou excessivamente dogmáticos nas filosofias espirituais levou no Buddhismo ao desenvolvimento das linhas Mahayana, cujos objetivos - pelo menos em teoria - eram ampliar o sentido dos ensinamentos de Buddha.


Para realizar isso o Mahayana se caracteriza em desenvolver o conceito da Compaixão, fundamentando sua argumentação na transmissão do Dharma para todos, leigos ou não. A partir disso o Mahayana desenvolve toda uma mística sagrada de natureza eminentemente devocional, onde um grande número de Buddhas e Bodhisattvas, todos de natureza mítica sagrada, vieram a compor estas linhas.


Se no buddhismo mais antigo do Theravada a figura de Shakyamuni Buddha se mantém em sua posição como fundador do Buddhismo, nas linhas Mahayana ele é tão-somente mais um dos Buddhas, ainda que em posição destacada e às vezes de "liderança" de todos os seres sagrados.



Atualmente pode-se organizar a linhagem Mahayana em dois grandes grupos:


Escola do Lótus - Ou Tien-Tai, é a Escola Devocional de Terra Pura e a Escola dos Mistérios, uma forma Chinesa do Buddhismo Tântrico.


Escola Ch'an - Ou Zen, é a mais destacada das escolas chinesas, chegando à China trazida pelo patriarca Bodhidharma (cerca de 500 d.C.). Sua figura é objeto de controvérsias (se existiu ou não), mas é claro que o Ch'an surgiu na época datada como associada a este monge indiano, do clã dos Kshatryas.


Ao contrário das escolas místicas mahayana, podemos dizer que o Zen é a linha Mahayana que mais procura retornar aos ensinamentos originais de Buddha.


Bodhidharma pretendeu estabelecer uma prática e filosofia buddhista fundamentada no Dhyana ou meditação, mas tal prática era bem menos enfatizada do que no Zen mais moderno, já preso a um rígido código de conduta. Sua base era puramente reflexiva e voltada para o descondicionamento quase radical com os aspectos intelectuais de estudo e compreensão da Vida. Ele não se preocupou em "criar" uma escola, mas seus ensinamentos - como é natural na tendência institucional humana - foram aos poucos se fundindo em uma organização chamada de Ch'an, após sua morte.


O Zen original era extremamente ligado à filosofia Taoísta (não confundir com a religião de mesmo nome), e portanto sua argumentação é muito despojada de aspectos rígidos e dogmáticos. Os primeiros patriarcas após o semi-mítico Bodhidharma (Seng-Ts'an, Hui-Neng, Shen-Hui, Ma-tsu, e mesmo Lin-Chi) raramente enfatizavam o Zazen, chegando mesmo a descartá-lo como não tão necessário. O enfoque era no insight intuitivo, resultante do Wen-ta ou em "perguntas e respostas" visando à perplexidade no intelecto, da racionalidade, com o objetivo de levar a mente ao estado de tranqüilidade.


Cerca de seiscentos sutras do buddhismo Mahayana foram preservados até os nossos dias, escritos em sânscrito, tibetano, chinês e japonês. Os principais são:



- Sutras da Perfeição da Sabedoria (Prajna-paramita Sutras)

- Sutras da Terra Pura de Amitabha (Sukhavativyuha Sutras)

- Sutra do Lótus do Dharma Maravilhoso (Saddharma Pundarika Sutra)



As principais escolas são: C’han (China) e Zen (Japão) que buscam e pregam o máximo de simplicidade tantos nos ritos, como na vida cotidiana dos praticantes.



É a principal corrente do budismo e conta com mais de 185 milhões (56% do total) de adeptos espalhados por todo o mundo

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