segunda-feira, 28 de julho de 2008

O caminho do Despertar do Buddha

O Caminho do Despertar




Com a idade de 29, Siddhartha convenceu o seu pai de que já era o momento de conhecer o mundo; o príncipe nunca tinha saído dos palácios. Acompanhado pelo cocheiro Channa, o príncipe saiu de carruagem para conhecer a cidade. O rei Shuddhodana tentou evitar que seu filho presenciasse qualquer cena desagradável e mandou varrer e camuflar a cidade, além de esconder as pessoas que sofriam. Mesmo assim, em pontos diferentes do trajeto, ele acabou se deparando como um velho enfraquecido, um doente sofrendo, um morto sendo cremado e um asceta errante. Muito entristecido e angustiado com tudo o que viu, retornou ao palácio de seu pai, discutiu com ele e decidiu abandonar seu luxuoso estilo de vida. Ele decidiu trocar tudo o que tinha pela busca do caminho que leva ao fim do sofrimento.



Apesar da vigilância ter sido reforçada para evitar a fuga do príncipe, numa escura noite quando todos dormiam, ele acordou o cocheiro Channa e fugiu pela muralha do norte, cavalgando seu rumo às margens do rio Anoma, no leste.



Channa não gostou da idéia e, apesar das insistências, não conseguiu convencer o príncipe a retornar. Siddhartha queria descobrir uma maneira de eliminar os sofrimentos do mundo. E como nem mesmo sua riqueza poderia livrá-lo da doença, velhice e morte, decidiu renunciar à luxuosa vida palaciana e se entregou à austeridade da vida ascética.



Ele ordenou que Channa retornasse para dar a pérola de seu turbante a Shuddhodana, seu colar a Prajapati e seus ornamentos a Yashodhara. Como símbolo de sua renúncia, cortou seus longos cabelos com uma espada.



Depois de passar uma noite com o asceta Bhargava, ele encontrou os brâmanes Alara Kalama e Udraka Ramaputra. Nas colinas Vindhyan de Rajagriha, no reino de Magadha, Siddhartha aprendeu técnicas avançadas de meditação muito rapidamente. Porém, os brâmanes não conseguiram responder às dúvidas de Siddhartha quanto à natureza do eu, nem mostrar o caminho que leva à extinção total do sofrimento.



Durante seis anos, Siddhartha praticou o ascetismo na floresta de Uruvilva em Rajagriha. Para comer, tinha apenas um pouco de arroz. Para beber, tinha a água da chuva. Estava acompanhado por outros cinco ascetas, que teriam sido discípulos de Udraka Ramaputra.



De tempos em tempos, o rei enviava oficiais até lá para tentar convencer o príncipe a retornar; entretanto, eles não tiveram sucesso. Algumas tradições afirmam que os cinco ascetas eram filhos de cinco elevados ministros de Shakya, enviados até lá pelo rei Shuddhodana a fim de proteger Siddhartha.



Quando percebeu que as yogas ascéticas não trariam o fim do sofrimento, Siddhartha abandonou este estilo de vida. Subitamente, ele compreendeu que o hedonismo e o ascetismo são dois extremos; nem a vida palaciana nem a vida ascética poderiam pôr um fim ao sofrimento. O ideal é seguir um caminho intermediário, o caminho do meio, o caminho do despertar.



Uma jovem pastora chamada Sujata, filha de um importante aldeão de Uruvilva, viu Siddhartha meditando e pensou que ele fosse alguma divindade da floresta. Então, ela lhe ofereceu leite e arroz em um recipiente de ouro. Algumas tradições também citam uma segunda pastora, Radha, que também teria oferecido alimentos a ele.

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