segunda-feira, 28 de julho de 2008

A Morte do Buddha

A Morte



Continuou ensinando e chegou aos 80 anos saudável e sem nunca desviar-se do caminho a que se tinha proposto. Certa vez, ao chegar numa aldeia, foi convidado para um almoço oferecido pelo ferreiro local. Apesar das poucas posses do homem, todos podiam notar que ele havia se esmerado para proporcionar ao Budha o melhor que suas posses lhe permitiam. Dentre os pratos oferecidos, havia um leitão assado, e ao sentir o seu gosto, o Iluminado percebeu que a carne já estava estragada. Sem hesitar, pediu a atenção de todos e solicitou uma deferência especial por parte do anfitrião. Disse que pelo esmero com que aquele prato foi preparado, permitia-se um capricho, o de que ninguém mais dele se servisse, devendo o mesmo ser enterrado, assim que ele terminasse sua refeição.



Desse modo, o Buddha não apenas evitou que o seu humilde anfitrião fosse envergonhado perante a população, mas também preservou a saúde de todos que ali estavam. Mesmo sabendo que aquele gesto havia selado seu destino.



Após muitas horas de uma dor aguda, ele pediu a Ananda um leito virado para o norte, entre duas árvores sala. Todos os discípulos estavam apreensivos, e Ananda chorava amargamente. Buddha chamou-o e disse docemente: "Ananda, seus méritos acumulados são incomensuráveis; você alcançará em breve a Bem-aventurança. Seu choro é inútil. Tudo o que nasceu está sujeito à morte, portanto dediquem-se com energia ao trabalho de emancipação final".



O Desperto pediu a Ananda para ir ter com os Reis Malla e relatar seu eminente passamento. Os Reis choraram muito, e foram com suas famílias até o local onde o Buddha se encontrava. Ao se aproximarem, fizeram mesuras honrosas. Ele explicou-lhes novamente as Quatro Nobres Verdades e o Caminho Óctuplo. Então pediu a Ananda e seus discípulos para não se entristecerem. Mas Ananda ainda chorava, pensando: "Não teremos mais o Mestre, após a sua morte". O Buddha disse: "Que o Dharma seja vosso Mestre!" O Buddha pediu aos discípulos para levantarem naquele momento suas dúvidas, de forma que ele pudesse explicar, mas todos permaneceram calados. Ele aconselhou aos monges diligência e fé. "Tudo que é composto, decompõe-se. Entro agora no Nirvana".



No 7º dia do 6º mês lunar (ou 15º dia do 2º mês lunar) de 483 a.C., depois de proferir suas palavras finais, o Buddha Shakyamuni entrou em um estado de profunda meditação e alcançou a suprema paz (sânsc. nirvana), a liberação final (sânsc. parinirvana), no bosque das árvores shala em Kushinagara.

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