segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Transmigração da Alma


O dogma da transmigração da alma, segundo alguns estudiosos, vem de muito longe, da pré-história, do homem selvagem e foi-se formando pouco a pouco.

No mais antigo monumento literário da india, o Rig-Veda, 1.500 a.C., na opinião de Belloni-Filippi e outros, não se encontra traços da metempsicose (sanmsâra). Aí se fala de celestes gozos, ultra terrenos, prometidos aos bons e de profundos lugares de trevas destinados aos maus. Uma vez decidida a sorte de uns e de outros, falta qualquer referência à volta do outro a êste



mundo. Há no entanto quem pense que no Rig-Veda, 10. 16-3, baseado no sanscritólogo S. Levi, se encontra vestígios dessa doutrina. Eis o trecho: «que l'oeil aille au soleil; au vent, le souffle; au ciel va-t'en; à Ia terre, selon le loi; au bien aux, va-t'en, si c'est ton bien; dans le plantes installe-toi avec tes membres».

Na opinião de Formichi, na literatura brahamânica já se encontram essas idéias mais claras. Porém, onde essa doutrina encontra larga messe é nas Upanishadas do VI séculos a.C.

No Budismo não é lícito falar em transmigração da alma ou de metempsicose, porém só em reencarnação. O que o Budismo admite continuar a subsistir depois da morte do indivíduo é somente o efeito das suas ações (Karman), o qual constringe as disposições ou tendências do indivíduo a encarnar-se sem que nada migre do corpo deposto no novo que se assume. Sucede mais ou menos aquilo que se dá quando uma lâmpada acende outra. No diálogo entre o rei Milinda e o sábio Nâgasena, deparamos com o trecho seguinte:


«disse o rei -- Bhande Nâgasena, como pode o renascimento acontecer sem que nada transmigre? Dá-me um exemplo.

Suponde, Magestade, que alguém acenda uma luz de uma outra luz; ora, a primeira lâmpada é porventura passada na segunda?
Não, na verdade, Bhante.

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